segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pela noite...


Sonhos estranhos atormentaram essa minha noite, então, pra não esquecer o fato, deixo que minhas palavras revelem o que acontecido:

Sob efeito dos remédios que estava tomando pra controlar a ansiedade peguei a carteira, meus documentos, a chave do carro e sai em direção à garagem. Era noite, estava frio, nublado, madrugada típica de filme de suspense. Entrei no carro, dei partida e sai. A rua estava silenciosamente estranha, tudo era tão normal, tão comum que se tornava muito estranho. Continue acelerando e virei na esquina em direção à saída da cidade, decidi ir embora, ir até você.
Parei o carro na beira da encosta e fiquei observando o mar agitado. Quando olhei pro lado um vulto negro se formou diante dos meus olhos... Começou gesticular algo que eu não entendia, mas depois de um tempo fui me adaptando à freqüência da sua voz e acabei entendendo. O ser dizia que era pra eu relaxar e usar o ilícito que ele me entregaria, eu com a cabeça fraca sob o efeito do calmante, acabei cedendo e inalei a substância. Alguns minutos depois olhei ao redor e muitas outras sombras me cercavam, sentia a energia saindo do meu corpo, como se eles estivessem sugando minhas forças vitais e ainda ouvia alguns dizendo “Vá, mate! Não se renda, vá a luta, deixe que vamos te guiar”.
Vi que tudo aquilo, toda aquela cena, parecia ser real demais, eu estava sob efeito das drogas, mas estava ciente do que estava acontecendo, nada de alucinações, até que olhei meu corpo e vi as marcas, tatuagens foram surgindo na minha pele, como se eu estivesse sendo marcado para que eles não me perdessem mais, eu não conseguia para de gritar de dor, aquilo estava se tornando insuportável. Parei, olhei pro céu, vi a lua encoberta pelas nuvens, comecei a correr em direção ao carro. Dei partida e ainda sim sentia a dor e os sussurros “Não tenha medo João, vamos te encontrar onde você estiver, estaremos sempre em busca de ti”
Acelerando e descendo a rodovia eu estava tendo muitos distúrbios, tremedeira, minha cabeça dava panes e alguns segundos depois, vi aquele farol alto clareando minha face, foi quando eu realmente percebi o que estava acontecendo, joguei o carro na encosta, estourando as grades de proteção, meu carro capotou morro abaixo e caiu dentro do mar, foi quando eu senti meu corpo molhando, minha respiração se tornou difícil, eu estava tenso, relaxado, estava alucinado. Então, abri meus olhos, vi aquelas bolhas todas subindo e meu carro afundando, soltei o cinto de segurança, abri meus braços, me entreguei a água. Tudo aquilo, estranho e surreal, toda aquela dor, esperava que tudo aquilo tivesse o fim, e o fim, é mais doloroso ainda, foi quando senti o desespero por respirar, mas não conseguia me mover, pois estava anestesiado. Apenas olhei em algo que brilhava lá em cima, a lua, a única e última coisa que eu vi...
O silêncio tomou conta de todas as coisas e finalmente, consegui a calmaria que um dia tanto busquei.

3 comentários:

C. Camargo disse...

UAAUUU!! Cara, tu escreve mto bem, sabe prender o leitor, mto bom o post e o blog! Parabéns!

abraços
Carol


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http://spetaculaire.blogspot.com/

Unknown disse...

muito bom mesmo
consegues manter a atenção do leitor,
a ficção se confunde com a realidade.
Parabéns

www.arthurmelo92.blogspot.com

desculpa pela demora.

Anônimo disse...

Parabéns por lembrar de seus sonhos, quando sonho apenas fica a ideia. Não saberia descrever. E nem quero, é tão o gostoso o mistério dos sonhos.

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