sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mais uma viagem


Estava mergulhando ao sul de um país desconhecido, em um mar azul e profundo. Tantos eram meus pensamentos naquele amanhecer, tantas minhas vontades, mas lá estava submergindo na escuridão marinha.

Talvez devesse voltar atrás, voltar à terra firme, continuar a vida, continuar pesquisando vidas humanas, mas não, sempre que pensava nisso, mais e mais baixo eu descia, até que finalmente toquei o chão. Alguns peixes e outras formas estranhas vieram ver a nova criatura que invadia seu ambiente. Continuei caminhando, temendo ser devorado por algo maior e mais medonho que eu.

Avistei encravado em uma rocha, uma caixa. Resolvi então ir lá ver o que era. A curiosidade tomando conta do meu corpo. Parei em frente a ela, uma caixa de vidro, com as arestas feitas em madeira, dentro dela, havia uns dez tubos de ensaio, um pote de vidro fechado com um líquido brilhante, alguns instrumentos cirúrgicos e de uso naval. Coloquei debaixo dos braços e comecei a bater as pernas em direção a superfície.

Sempre acreditei nessas histórias de tesouros e nessas lendas de navios perdidos, piratas, nesses mundos imaginários, culturas mágicas e tals, mas nunca em minha vida cheguei a encontrar algo ou alguém que me levasse direto a uma dessas dimensões, com exceção de hoje, que encontrei a caixa, que me fez ter esperança pra conseguir superar a minha velhice e voltar a ser criança.

Cheguei à superfície, peguei a companheira de todas as horas, Alfa, minha bengala e fui pra casa. Estava a caminho quando percebi que por onde a água da caixa caia, colorações e formas estranhas de plantas nasciam no chão, como se um novo mundo estivesse se formando ao meu redor, corri pra dentro do quintal e deixei a caixa no chão, no centro do gramado. Ouvi um estrondo, duas rochas pontiagudas brotaram ao lado dela e formaram uma espécie de beiral. Não sei por que, mas algo me dizia pra abrir o pote de vidro e derramar o líquido entre as pedras. Foi o que fiz.

Naquele momento nada parecia mais ter sentido, o espelho brilhante foi subindo e preenchendo toda a porta, transformando simples pedras em um portal, que ligava minha vida de estudos, minha vida velha, para um mundo que eu não entendia, não sabia se seria ser bom ou ruim.

Como todo curioso, toquei a superfície plasmática, aquilo me fez arrepiar, resolvi então, me lançar numa aventura sem fim, em uma aventura que apenas estava começando. Peguei a Alfa e saltamos rumo ao portal.

Bom, daí em diante só continuar a sonhar e imaginar, porque minha mãe veio me acordar, eu voltei ao meu mundo. Estou de volta com minhas águas vivas.

Mais um sonho sem desvendar =/



Ótima 6ª pra todo mundo e bom fds.

Abraçooo.


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