domingo, 17 de outubro de 2010

Rascunhos...

Ele acordou, olhou pro lado, viu que ainda tinha sua companhia ali. Passou a mão no seu rosto, suspirou profundamente, seus lábios se transformaram num sorriso, numa escultura como aquelas que você se lembraria por toda sua vida.
Levantou, caminhou até a parede, pegou o violão e foi até a varanda. Sentou-se na velha cadeira que ainda balançava, a cadeira que na infância ele via sua vó tricotando ou contando histórias de um mundo de sonhos que ele sempre se lembra...
Um som baixo e suave foi saindo, seus dedos tocavam as cordas do instrumento, seus olhos brilhavam com a luz do Sol que irradiava. Pássaros cantavam junto com seu ‘som’, o jardim parecia florescer e uma mágica tomava conta do lugar. Ele tocava a música, sorria, flutuava nos seus pensamentos, quando sentiu as mãos no seu ombro. Lá estavam, os dois na varanda, sentindo o cheiro doce da manhã, trocando olhares, rindo um para o outro.
Deixou o violão de lado, levantou-se e uma rosa branca caiu do seu colo. Tudo parecia tão mágico, o Sol agora brilhava intenso, aquecia minhas mãos e deixava tudo tão claro, tão confortante.
Abraçaram-se ternamente, ouviram os pássaros... Dissolveram...

De repente acordei... olhei pro lado e lá estava apenas meu travesseiro, meu despertador tocava, o rádio da vizinha inspirava música...

Assim e assado ele escreve e apaga, reescreve e sonha, levando capítulos adiante, construindo momentos...

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